Categoria: Ensino de Ciências por Investigação

Inclusão de avaliação de Ciências da Natureza no SAEB: reflexões e oportunidades

Conhecer profundamente a realidade da educação básica no Brasil é prioridade para mensurar a qualidade do ensino das escolas. E uma excelente estratégia para isso é a prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica, o SAEB.

O SAEB é conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Continue lendo para entender mais dessa prova e veja também um caso de sucesso da inclusão da disciplina de ciências da natureza nesse sistema.

O que é o SAEB?

Com uma abordagem abrangente e criteriosa, alcançando mais de 190 mil escolas, o SAEB proporciona insights valiosos sobre a qualidade do ensino no país, destacando áreas de sucesso e trazendo à luz os desafios a enfrentar.

Muito mais do que ser somente uma avaliação para estudantes, o exame influencia a criação de políticas públicas e diretrizes curriculares. Ao mesmo tempo, contribui para o desenvolvimento de uma sociedade mais instruída e capacitada.

Há ainda outras funções, como a de fornecer dados importantes para os indicadores educacionais que ajudam a entender o cenário da educação brasileira. Entre os quais, o principal é o Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira (Ideb).

O Sistema aborda várias áreas, inclusive, a de ciências da natureza. Abaixo, entenda a importância do SAEB na educação brasileira, destacando como essa avaliação contribui para a melhoria contínua e veja, também, como aplicar melhorias na sua sala de aula.

Antes disso, considere os principais níveis de desempenho que os alunos podem ter na matéria de ciências no SAEB:

  • Nível 1: conhecimento básico sobre os conceitos;
  • Nível 2: conhecimento básico sobre os conceitos e habilidade de investigação;
  • Nível 3: conhecimento dos conceitos e habilidade de investigação intermediários;
  • Nível 4: conhecimento sólido dos conceitos e boa habilidade de investigação;
  • Nível 5: domínio dos conceitos e investigação crítica.

É importante lembrar que, com base na BNCC, o Ensino de Ciências por Investigação é uma abordagem interessante de ser aplicada em sala de aula. É justamente ela que permite esse aprendizado que torna os alunos investigadores do conhecimento científico.

Ciências da Natureza no SAEB

No ano passado, conforme orientação do Ministério da Educação (MEC), houve a inclusão de ciências no SAEB. A ideia era bastante interessante: melhorar a informação e ampliar o acesso aos saberes essenciais das ciências da natureza.

Sendo assim, algumas escolas públicas e particulares do 2º, 5º e 9º ano do ensino fundamental foram sorteadas para fazer testes. E as provas já foram validadas conforme as orientações da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

Importante saber que as escolas sorteadas para fazer as provas não recebem resultados dessas avaliações individualmente. Isso porque a ideia é gerar uma análise média para todo o país e/ou para o estado, dependendo do objetivo.

Aqui entra uma curiosidade muito relevante. A notícia foi publicada pelo portal do estado do Ceará e diz: “estudantes sobralenses conquistam o melhor desempenho do Brasil no SAEB”. A informação nos faz refletir:

Como Sobral se tornou uma referência em educação nas escolas públicas? A resposta é dada pelo próprio Governo e algumas delas são:

  • Elaboração de um novo currículo de ciências;
  • Implantação de dois laboratórios que ensinam a solucionar problemas.

O texto ainda diz: “para além das habilidades clássicas, como saber ler, escrever e resolver cálculos, a rede municipal de ensino está desenvolvendo competências socioemocionais nos estudantes, preparando-os para se relacionarem consigo mesmos e com os outros”.

A importância do engajamento nas aulas de ciências

Após este caso de sucesso do Ceará, surge outra pergunta comum para todos os agentes envolvidos nas aulas de ciências, principalmente professores e gestores. É ela: como implementar aulas de ciências mais engajadoras para os alunos?

A resposta está no discurso do Governo do Ceará, como vimos acima, assim como nas novas abordagens que estão sendo praticadas por lá. A BNCC é um ótimo exemplo, que traz diretrizes muito mais focadas no ensino multidisciplinar. Sendo assim, separamos alguns dos motivos que colocaram Sobral na lista de referência no ensino público do nosso país.

O Governo falou em “novo currículo de ciências”, algo que é muito discutido na BNCC. As novas orientações têm muito a ver com a transdisciplinaridade, ou seja, um método que permite uma visão mais integradora e holística do mundo, sem isolar a disciplina.

Na prática, a estrutura da Base passou a explorar muito mais da tecnologia com a natureza e a sociedade. E os temas devem ser aplicados com abordagens investigativas e de experimentação, incentivando o aprendizado mais dinâmico.

No mesmo anúncio, também foi falado sobre a criação de laboratórios de experiências. Uma ótima maneira de enxergar essa expressão vem com os espaços maker, baseado na educação maker. Algo muito próximo do que conhecemos como “mão na massa”.

Isso permite que salas de aulas sejam mais do que salas de aulas tradicionais, nas quais as informações são engessadas e repassadas sem qualquer discussão. Ao contrário, um espaço maker permite uma estrutura que integra disciplinas, pessoas e conhecimentos.

Com a BNCC e o laboratório de experiência, surge uma necessidade: oferecer educação continuada e especializada para a modernidade aos professores. O que é extremamente relevante quando avaliamos as mudanças na estrutura e métodos de ensino.

Primeiro, esse ponto é fundamental para garantir que o ensino seja proveitoso e de excelência. Segundo, também tem o seu papel na hora de gerar confiança para que os professores atuem com segurança durante todo processo.

Conheça a plataforma Experimentando BNCC

A plataforma Experimentando a BNCC pode auxiliar na construção de engajamento dentro de sala de aula, impactando positivamente no ensino e na aprendizagem de ciências. Vai ao encontro de todas as propostas acima.

O recurso educacional é aberto, gratuito e oferecido pela Escola do Inventor. Ele permite que os professores acessem planos de aprendizagem para aplicar a mão na massa durante as aulas de ciências. É uma formação continuada gratuita e de excelência.

Para saber mais, envie uma mensagem para contato@escoladeinventor.com.br.

A abordagem do Ensino de Ciências por Investigação (EnCI) como potencial promotora da Alfabetização Científica (AC)

Já ouviu falar em transcender o conhecimento em uma sala de aula? A expressão parece teórica, mas não é. Como veremos neste blog, o Ensino de Ciências por Investigação tem tudo a ver com essa ideia de permitir que estudantes se tornem investigadores do saber científico.

Também está relacionada com a promoção da Alfabetização Científica, que é o entendimento do o que é e como é construído o conhecimento científico, bem como as relações que ele estabelece com a tecnologia, o ambiente e a sociedade. Tudo isso enquanto coloca o aluno como protagonista da aprendizagem. Assim, ele aprende ciências com clareza, consciência, tecnologia e muita mão na massa! Continue lendo e surpreenda-se!

O que é o Ensino de Ciências por Investigação?

O conceito de ensino por investigação foi muito bem definido em uma pesquisa divulgada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que menciona a ideia de abordagem didática e não método. Assim, torna-se uma proposta para as aulas de ciências de modo a:

“[…] possibilitar que estudantes construam, por meio do envolvimento de resolução de situações-problema, entendimentos sobre conceitos científicos, bem como práticas e atitudes que se assemelham às da própria ciência”.

Essa abordagem vai ao encontro do que acreditam os mais célebres pesquisadores e psicólogos que existiram, como Vygotsky e Leontiev. Ambos falam da importância do meio social e de ter o aluno o mais participativo possível durante as aulas, a fim de tornar significativo o processo de aprendizagem.

Uma vez que suas próprias experiências podem condicionar e influenciar na apropriação de novos significados e sentidos para o mundo natural e as situações em estudos”, como menciona a pesquisa da UFMG. Portanto, o EnCI tem a proposta de estimular os estudantes a participarem das aulas formulando perguntas, realizando experimentos, analisando os dados e construindo, assim, o próprio conhecimento. Algo bem diferente do ensino tradicional.

De maneira geral, as principais características do EnCi são:

  • Abordagem centrada no aluno;
  • Aprendizagem com base em situações reais;
  • Foco na experimentação de soluções por meio de métodos científicos;
  • Promoção da cultura científica.

E, ainda mencionando o estudo acima, uma das conclusões é a de que essa abordagem pode unir duas culturas: a científica e a escolar.

Isto reforça esse ensino como abordagem, independente das estratégias específicas, mas vinculado a ações, práticas, regras e crenças. O ensino por investigação torna-se realidade em sala de aula […]”.

O que é a Alfabetização Científica?

Mas de que maneira o EnCI colabora com a Alfabetização Científica? Para responder essa pergunta, antes, precisamos definir o conceito. Inclusive, a primeira coisa importante aqui é saber que vários sinônimos podem ser usados, como:

  • Letramento científico e;
  • Literatura científica.

Sabendo disso e com base no estudo publicado na Universidade Federal do Rio do Grande do Sul (UFRGS), chegamos à ideia do que é a alfabetização científica da seguinte forma: “aulas que promovem a inserção dos alunos na atual cultura científica, compreendendo-a como sendo influente e influenciada pelo meio socioeconômico em que é produzida”.

Ou seja, um conjunto de atividades, tarefas e conhecimentos que possibilitam aos alunos compreenderem o mundo de maneira científica, sendo mais crítica e reflexiva do que as abordagens tradicionais que, geralmente, focam na memorização das informações prontas.

Sendo assim, a alfabetização científica traz pontos como:

  • Interpretação de informações de forma crítica;
  • Análises de dados com identificação de vieses e falhas;
  • Compreensão da relação de ciências com tecnologia e a sociedade;
  • Tomada de decisão informativa, crítica e baseada em dados.

Como aplicar o Ensino de Ciências por Investigação?

Após os conceitos, considere que o Ensino de Ciências por Investigação pode ser aplicado na educação formal e não-formal. Sendo que em todo caso trará benefícios como o pensamento científico, autonomia, engajamento e incentivo à aprendizagem.

Na educação não-formal, os melhores exemplos vêm dos museus, planetários, programas de televisão ou plataformas online, além das redes sociais e leituras de livros. Já na formal, acontece, principalmente, nas aulas de ciências e projetos de pesquisas.

Mas como implementar tal abordagem em sala de aula? Outra pesquisa, agora do Ensaio de Pesquisa em Educação em Ciências de Belo Horizonte, cita a importância de ter espaços adaptados para as disciplinas.

“[…] dimensões históricas e sociais da escola podem influenciar a maneira como os conteúdos são trabalhados e influenciar o estabelecimento […], que podem acarretar abordagem que pouco se relacionam com a área de conhecimento que representam”.

A pesquisa sugere o uso de indicadores, tais quais:

  • Trabalho com as informações e dados disponíveis;
  • Levantamento e teste de hipóteses construídas pelos estudantes;
  • Explicações sobre fenômenos em estudos;
  • Uso do raciocínio lógico e raciocínio proporcional.

Portanto, temos alguns apontamentos que oferecem direcionamento para o planejamento e a avaliação de situações em que a alfabetização científica esteja em pauta”.

O estudo da UFRGS concorda com isso. Ele menciona um conjunto de ações que relacionam fontes e ações para fazer nas aulas de ciências. Por exemplo, indução, dedução, causalidade, definição, classificação, analogia, exemplo, plausibilidade etc.

As teses citadas aqui vão ao encontro da formação de professores para lidarem com essa modernidade e oportunidade da educação. Afinal, é preciso ensinar conteúdos que não fizeram parte da formação acadêmica e usando recursos que até então não existiam.

Para vencer esse desafio, há duas dicas objetivas. A primeira é seguir a orientação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), uma norma que indica novas competências curriculares. Outra é investir em espaços criativos e interativos, os espaços maker!

Espaço maker como solução!

O que é o espaço maker? O termo vem de “cultura maker”, dos Estados Unidos, que surgiu na década de 1960. A ideia é a de estimular a criatividade, inovação e colaboração das pessoas, ou dos alunos no caso do ambiente escolar.

Esse modelo era visto como atividade extracurricular, só que tem se tornado uma forma de aprendizagem que permite a construção e personalização de experiências em sala de aula. Atualmente, a plataforma Experimentando a BNCC é o melhor exemplo que existe! Imagine um plano de aulas com atividades do tipo mão na massa? Por exemplo, catalogar as folhas encontradas no caminho. Isso é uma experiência incrível para o aluno, não é? É um dos planos criados pela plataforma, veja uma breve explicação no vídeo abaixo:

Se quiser saber mais sobre a plataforma e como criar um espaço maker na sua sala de aula, entre em contato: contato@escoladeinventor.com.br ou 16-98131-3197.

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