Já ouviu falar em transcender o conhecimento em uma sala de aula? A expressão parece teórica, mas não é. Como veremos neste blog, o Ensino de Ciências por Investigação tem tudo a ver com essa ideia de permitir que estudantes se tornem investigadores do saber científico.

Também está relacionada com a promoção da Alfabetização Científica, que é o entendimento do o que é e como é construído o conhecimento científico, bem como as relações que ele estabelece com a tecnologia, o ambiente e a sociedade. Tudo isso enquanto coloca o aluno como protagonista da aprendizagem. Assim, ele aprende ciências com clareza, consciência, tecnologia e muita mão na massa! Continue lendo e surpreenda-se!

O que é o Ensino de Ciências por Investigação?

O conceito de ensino por investigação foi muito bem definido em uma pesquisa divulgada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que menciona a ideia de abordagem didática e não método. Assim, torna-se uma proposta para as aulas de ciências de modo a:

“[…] possibilitar que estudantes construam, por meio do envolvimento de resolução de situações-problema, entendimentos sobre conceitos científicos, bem como práticas e atitudes que se assemelham às da própria ciência”.

Essa abordagem vai ao encontro do que acreditam os mais célebres pesquisadores e psicólogos que existiram, como Vygotsky e Leontiev. Ambos falam da importância do meio social e de ter o aluno o mais participativo possível durante as aulas, a fim de tornar significativo o processo de aprendizagem.

Uma vez que suas próprias experiências podem condicionar e influenciar na apropriação de novos significados e sentidos para o mundo natural e as situações em estudos”, como menciona a pesquisa da UFMG. Portanto, o EnCI tem a proposta de estimular os estudantes a participarem das aulas formulando perguntas, realizando experimentos, analisando os dados e construindo, assim, o próprio conhecimento. Algo bem diferente do ensino tradicional.

De maneira geral, as principais características do EnCi são:

  • Abordagem centrada no aluno;
  • Aprendizagem com base em situações reais;
  • Foco na experimentação de soluções por meio de métodos científicos;
  • Promoção da cultura científica.

E, ainda mencionando o estudo acima, uma das conclusões é a de que essa abordagem pode unir duas culturas: a científica e a escolar.

Isto reforça esse ensino como abordagem, independente das estratégias específicas, mas vinculado a ações, práticas, regras e crenças. O ensino por investigação torna-se realidade em sala de aula […]”.

O que é a Alfabetização Científica?

Mas de que maneira o EnCI colabora com a Alfabetização Científica? Para responder essa pergunta, antes, precisamos definir o conceito. Inclusive, a primeira coisa importante aqui é saber que vários sinônimos podem ser usados, como:

  • Letramento científico e;
  • Literatura científica.

Sabendo disso e com base no estudo publicado na Universidade Federal do Rio do Grande do Sul (UFRGS), chegamos à ideia do que é a alfabetização científica da seguinte forma: “aulas que promovem a inserção dos alunos na atual cultura científica, compreendendo-a como sendo influente e influenciada pelo meio socioeconômico em que é produzida”.

Ou seja, um conjunto de atividades, tarefas e conhecimentos que possibilitam aos alunos compreenderem o mundo de maneira científica, sendo mais crítica e reflexiva do que as abordagens tradicionais que, geralmente, focam na memorização das informações prontas.

Sendo assim, a alfabetização científica traz pontos como:

  • Interpretação de informações de forma crítica;
  • Análises de dados com identificação de vieses e falhas;
  • Compreensão da relação de ciências com tecnologia e a sociedade;
  • Tomada de decisão informativa, crítica e baseada em dados.

Como aplicar o Ensino de Ciências por Investigação?

Após os conceitos, considere que o Ensino de Ciências por Investigação pode ser aplicado na educação formal e não-formal. Sendo que em todo caso trará benefícios como o pensamento científico, autonomia, engajamento e incentivo à aprendizagem.

Na educação não-formal, os melhores exemplos vêm dos museus, planetários, programas de televisão ou plataformas online, além das redes sociais e leituras de livros. Já na formal, acontece, principalmente, nas aulas de ciências e projetos de pesquisas.

Mas como implementar tal abordagem em sala de aula? Outra pesquisa, agora do Ensaio de Pesquisa em Educação em Ciências de Belo Horizonte, cita a importância de ter espaços adaptados para as disciplinas.

“[…] dimensões históricas e sociais da escola podem influenciar a maneira como os conteúdos são trabalhados e influenciar o estabelecimento […], que podem acarretar abordagem que pouco se relacionam com a área de conhecimento que representam”.

A pesquisa sugere o uso de indicadores, tais quais:

  • Trabalho com as informações e dados disponíveis;
  • Levantamento e teste de hipóteses construídas pelos estudantes;
  • Explicações sobre fenômenos em estudos;
  • Uso do raciocínio lógico e raciocínio proporcional.

Portanto, temos alguns apontamentos que oferecem direcionamento para o planejamento e a avaliação de situações em que a alfabetização científica esteja em pauta”.

O estudo da UFRGS concorda com isso. Ele menciona um conjunto de ações que relacionam fontes e ações para fazer nas aulas de ciências. Por exemplo, indução, dedução, causalidade, definição, classificação, analogia, exemplo, plausibilidade etc.

As teses citadas aqui vão ao encontro da formação de professores para lidarem com essa modernidade e oportunidade da educação. Afinal, é preciso ensinar conteúdos que não fizeram parte da formação acadêmica e usando recursos que até então não existiam.

Para vencer esse desafio, há duas dicas objetivas. A primeira é seguir a orientação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), uma norma que indica novas competências curriculares. Outra é investir em espaços criativos e interativos, os espaços maker!

Espaço maker como solução!

O que é o espaço maker? O termo vem de “cultura maker”, dos Estados Unidos, que surgiu na década de 1960. A ideia é a de estimular a criatividade, inovação e colaboração das pessoas, ou dos alunos no caso do ambiente escolar.

Esse modelo era visto como atividade extracurricular, só que tem se tornado uma forma de aprendizagem que permite a construção e personalização de experiências em sala de aula. Atualmente, a plataforma Experimentando a BNCC é o melhor exemplo que existe! Imagine um plano de aulas com atividades do tipo mão na massa? Por exemplo, catalogar as folhas encontradas no caminho. Isso é uma experiência incrível para o aluno, não é? É um dos planos criados pela plataforma, veja uma breve explicação no vídeo abaixo:

Se quiser saber mais sobre a plataforma e como criar um espaço maker na sua sala de aula, entre em contato: contato@escoladeinventor.com.br ou 16-98131-3197.